A Câmara Municipal de Teresina aprovou esta manhã, 25, com apenas dois
votos contrários, o Plano Municipal de Educação sem menção à “Ideologia de Gênero”.
O projeto chegou à Câmara de vereadores para ser votado em caráter de
urgência com a meta de que o plano municipal estivesse alinhado ao plano
nacional. Em 2014, o Congresso Nacional havia retirado do Plano Nacional de
Educação (PNE) todas as menções a “Ideologia de Gênero”, mas o atual governo
voltou com as discussões a respeito da temática.
Padres e representantes de diversos grupos e movimentos da Arquidiocese
de Teresina lotaram o plenário da Casa Legislativa nos últimos dois dias para
acompanhar as discussões e se manifestar sobre o assunto. Para Márcio Matos,
coordenador arquidiocesano da Pastoral Familiar, a aprovação do plano como
chegou à casa seria contrária aos planos de Deus. “Caso fosse aprovado na
íntegra, a identidade tradicional de família seria gravemente ameaçada”,
explicou.
“A Igreja Católica não é contra os debates relativos aos direitos
humanos. Em muitos casos, a Igreja já defendeu vários setores da sociedade que
precisavam de atenção. Neste caso particular, denunciamos o genocídio que está
sendo praticado contra homossexuais e transgêneros. O projeto
inicial contraria a instituição família, que está tão ameaçada ultimamente”,
explica o membro da pastoral da Juventude, Gil Kairós Neto.
O projeto agora segue para a sanção do prefeito Firmino Filho (PSDB).
Plano nacional de Educação (PNE)
O Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado (Lei
13.005, de 25 de junho de 2014), prevê metas da educação básica até a
pós-graduação para serem atingidas nos próximos dez anos. A lei estipula que os
estados e os municípios elaborem os próprios planos para que as metas sejam
monitoradas e cumpridas localmente. Foi determinado o prazo de até 24 de junho
de 2015 para que os planos sejam aprovados. Dentro deste plano, o PNE previa, originalmente,
acrescentar nas escolas o ensino da ideologia de gênero.
A Ideologia de
Gênero
De acordo com os criadores da ideologia de gênero, o conceito de gênero
deve substituir o uso corrente do conceito de sexo (masculino ou feminino) –
referindo-se a um papel socialmente construído -, retirando de análise qualquer
realidade que tenha fundamento em fatos biológicos.
Assim, com a sexualidade determinada pelo gênero e não pela biologia,
não há mais sentido sustentar a ideia de que a família é resultado da união
estável entre homem e mulher. Este tipo de conceituação abre portas para
princípios legais que constroem uma nova sociedade baseada na total
permissividade sexual.
A ideologia de gênero, fundamentada em análises marxistas de
desigualdade, mostra a instituição familiar como opressora diante das
‘possíveis’ opções e identidades sexuais, como a homossexualidade,
bissexualidade, transexualidade, entre outros.
Ainda segundo os defensores, para que estes novos gêneros sejam
protegidos contra a discriminação da instituição familiar, a educação deverá
ter como meta reconhecida a igualdade de gênero e orientação sexual, assim como
a educação sexual, seguindo esta nova orientação que a torna obrigatória nas
escolas.
Fonte: Site da Arquidiocese de Teresina
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