Cidade do Vaticano (RV)
A Liturgia de hoje
reúne em uma única celebração os dois grandes apóstolos: Pedro, o
escolhido para conduzir a Igreja e confirmar seus irmãos na fé e Paulo, o
eleito por Deus, para ser o Evangelizador, aquele que com suas cartas e suas pregações
refletiu e ensinou de modo profundo e singular as palavras do Mestre.
A primeira leitura extraída dos Atos dos Apóstolos nos
fala da perseguição perpetrada por Herodes Agripa aprisionando Pedro, após
perceber a satisfação dos judeus ao verem Tiago, irmão de João Evangelista, ser
morto à espada. A Igreja, sem parar, rezou por seu Pastor e Deus a ouviu
enviando um anjo para libertar Pedro.
Na segunda leitura, temos a despedida de Paulo onde ele
diz já ter sido oferecido em libação, isto é, já está pronto para o sacrifício.
Paulo conheceu, durante sua vida, após a conversão, o que é perseguição, fome,
açoites, naufrágios, humilhações; tudo isso
por amor a Jesus Cristo.
Finalmente, no Evangelho de hoje vemos os discípulos
responderem à pergunta de Jesus sobre quem é ele, relatando diversas opiniões.
Uma delas tem origem em Herodes Antipas, aquele que mandou degolar João
Batista. Ele crê que Jesus é o Batista redivivo. Para outros, o Senhor é algum
dos Profetas.
Em um segundo momento o Senhor quer saber a opinião de
seus discípulos, daqueles que o acompanham pelo menos há alguns anos. Pedro
assume a liderança e iluminado pelo Espírito Santo responde que Jesus é o
Messias, o Filho do Deus vivo!
Esse mesmo Espírito faz Pedro entender que nas ações de
Jesus está a instauração da nova sociedade. Ao mesmo tempo, Jesus entende que
foi o Pai quem revelou sua identidade a Pedro e o investe de autoridade para
poder cumprir sua missão de confirmar seus irmãos na fé.
Portanto, a entrega de nossa vida ao Pai, deverá ser como
a dos Apóstolos. Entrega radical, plena, sem guardarmos nada para nós, mas
visando apenas o interesse do Reino de Deus.
Muitas vezes nos fixamos na grandeza e na beleza de ser
papa, de ser bispo ou simplesmente ser um sacerdote, mas junto a todas essas
missões, encontramos o lado da renúncia, da abnegação de si mesmo e a aceitação
de abraçar a cruz quando se fizer necessário.
Será exatamente nessa ocasião que o missionário, o
apóstolo precisará das orações da Igreja, não tanto para libertá-lo da dor e da
morte, mas para torná-lo forte e firme na fé e dar o testemunho como Deus
deseja.
Mas ao falarmos em testemunhar a fé em Deus, é bom deixar
claro que essa ocasião não é somente no martírio explícito, mas cotidianamente
o missionário, o apóstolo é chamado a demonstrar por atos que crê em Deus. Por
isso, rezar sempre pelos nossos pastores, por aqueles que gastam sua vida em
nos confirmar na fé, é imperioso!
Celebrar São Pedro e São Paulo não será apenas louvar
essas duas colunas da fé, mas rezar mais por aqueles que os sucedem na missão
de governar a Igreja e propagar o Evangelho, além de ter por eles um carinho
especial.
(Padre César Augusto dos Santos, SJ)
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