Hino da Padroeira

domingo, 8 de março de 2015

3° Domingo da Quaresma

Deus e o comércio
Jesus encontrou vendedores no templo explorando o comércio de bois, ovelhas e pombas. Fez um chicote, expulsou-os dali e esbravejou, dizendo que não deveriam fazer da casa de seu Pai um mercado. A atitude de Jesus nos faz pensar no modo como nossas comunidades lidam com o dinheiro.

Seria impossível nossas comunidades se organizarem sem dinheiro. Entretanto, muitas vezes, apesar das boas intenções, há quem dê tanto destaque a campanhas de arrecadação, rifas, leilões e festas, que fica a impressão de que a coisa mais importante de uma comunidade é arrecadar fundos. Ou ainda a ênfase dada ao dízimo é tão grande, que a própria celebração da Palavra pode ficar em segundo plano. Por vezes, os convites para as festas e quermesses ocupam quase o mesmo tempo que a homilia.

A função central da comunidade é cumprir o mandato de Jesus de celebrar e viver a sua Palavra. O dízimo deve ser incentivado como compromisso e expressão concreta de doação, e não para separar a comunidade em dizimistas e não dizimistas. A salvação é graça de Deus, e não há dinheiro que a compre. Seria escandaloso se em alguma comunidade cristã o caixa estivesse cheio e houvesse algum irmão passando grave necessidade.

Jesus não tolerou a transformação do templo – lugar que deveria ser de encontro das pessoas para louvar a Deus – em centro comercial. Não porque o comércio seja coisa má. Ao contrário, é uma atividade tão digna quanto a agricultura, o ensino, a indústria. As atividades econômicas, por si, são formas inteligentes de distribuir os bens e recompensar aqueles que trabalham. No entanto, não podem ser exercidas de qualquer modo, pois atividade nenhuma pode estar acima do bem-estar integral do ser humano. Nossas comunidades não só podem, como também devem ocupar-se da sua organização financeira. Mas a organização financeira existe para dar suporte às atividades pastorais, socorrer os necessitados, manter o local das celebrações limpo e organizado. Tudo isso para a glória de Deus, e não para o luxo de uns poucos. O papa Francisco tem nos dado muito bom exemplo a esse respeito.

O que dizemos da comunidade, também podemos aplicar a cada um de nós: não nos transformemos em escravos do dinheiro. Somos o templo de Deus. Não exploremos nossos irmãos, eles são também templo de Deus.


Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp

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