Pe. Antonio Iranildo Alves
de Brito, ssp
O título deste texto
é também o título do capítulo V da exortação do papa Francisco Evangelii Gaudium, a alegria do evangelho (EG). Cabe
bem aqui o título porque os apóstolos Pedro e Paulo são exemplos fidedignos de
quem evangeliza com o Espírito.
Os
dois apóstolos, após aquele encontro feliz com o Mestre, após a experiência do
Senhor ressuscitado, lançaram-se por inteiro à vivência e ao anúncio da
boa-nova. De tal modo, que a vida deles já não lhes pertencia, mas ao Senhor. É
a experiência do amor. Quando se encontra o amor de verdade, é ele que dá o
sentido da vida e dirige toda a ação de quem ama.
Com
Pedro e Paulo foi assim. Pedro, simples pescador, deixou as redes de pesca à
beira-mar e seguiu o Mestre com o coração palpitando de alegria. Agora já não
ia pescar peixes, mas conquistar pessoas para o reino de Deus. Certamente não
tinha claro o que poderia acontecer com sua vida. Mas sabia que algo especial
acontecera consigo. Daí porque deixou imediatamente tudo e foi atrás de Jesus.
Paulo
homem culto, bem formado na cultura de seu povo e praticante ferrenho da lei
judaica, de repente se vê envolvido por uma luz forte, a ponto de cegar com tão
intenso brilho. A luz é Jesus. Outrora perseguidor dos cristãos, a partir de
então se entrega de corpo e alma ao anúncio do evangelho, a ponto de expressar
do fundo da alma a profundidade do seu amor: “Já não sou eu que vivo, mas é
Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
Pedro
e Paulo sabiam que evangelizar não era privilégio, mas obrigação. “Ai de mim se
não pregar o evangelho”, declara o apóstolo Paulo em 1Cor 9,16. Eles tinham
convicção de que sua pregação não era tão somente fruto de suas capacidades
pessoais. Sua pregação era fruto do espírito. Como ensina o papa Francisco,
“uma evangelização com espírito é muito diferente de um conjunto de tarefas
como uma obrigação pesada, que quase não se tolera ou se suporta como algo que
contradiz as nossas próprias inclinações e desejos” (EG 261).
Pedro e Paulo são o
retrato de uma comunidade que se ama. Seus membros não temem levar adiante o
projeto libertador de Jesus. É uma comunidade aberta, que testemunha com gestos
concretos a novidade do evangelho. Pedro e Paulo são exemplos fiéis desse
comprometimento. Suas motivações para evangelizar provinham da experiência do
amor que receberam de Jesus. Que o testemunho dos dois anime e fortaleça a
todos nós.
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