COMUNIDADE DE AMOR
Um é nosso Deus, em três pessoas que amam
plenamente e formam a comunidade perfeita. É este o mistério que adoramos e
celebramos na solenidade da Santíssima Trindade.
São João Damasceno comparou a Santíssima
Trindade com uma brincadeira de roda de crianças. Nesta brincadeira ou dança
(em grego se diz “pericorese”), uma criança fica no meio, enquanto as outras
giram. A certo momento, a criança que está no meio sai e entra outra. Assim com
Deus: as três pessoas estão sempre em relação, uma não existe sem a outra,
apesar de uma delas estar sempre em evidência. Nesta “brincadeira de roda”,
Deus olha para a humanidade e transborda de amor por ela.
Contemplar e adorar a Deus nos leva ao
agradecimento e ao compromisso. Nosso Deus é o Deus que se relaciona e ama. Ama
sua criação e, sobretudo, o ser humano que criou à sua imagem e semelhança.
Nunca nos abandonou nem nos abandonará. Pelo contrário: por amor, o Pai
entregou o próprio Filho, para nos mostrar o caminho e se fazer ele mesmo o
caminho verdadeiro para a vida sem fim. Na força animadora de seu Espírito, por
graça divina, podemos crer num Deus que se revela amor amando concretamente,
perdoando, trazendo de volta à dignidade de filhos. Ele não é o Deus que
condena. É o Deus que ama, pois quem ama não condena, mas vai ao encontro para
abraçar e acolher.
Nosso Deus, portanto, não é uma ideia vaga. É
comunhão de amor que se revela concretamente. Contemplar e adorar esse mistério
é algo exigente, pois a experiência pessoal de Deus nos leva necessariamente ao
outro, ao compromisso com a construção de comunidades de irmãos e irmãs que se
amam como nosso Deus ama. Se não fosse assim, nossa religião seria apenas uma
espiritualidade vazia e estéril.
A Trindade nos convida a participar de seu
amor. Construindo e vivendo relações fraternas, entramos, de algum modo, na
grande “dança do amor” de Deus.
Pe. Paulo Bazaglia,
ssp
http://www.paulus.com.br/portal/o-domingo.
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