Hino da Padroeira

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O Tempo Comum

Josiano Soares
Secretário paroquial



O tempo comum começa no dia seguinte à festa do Batismo do Senhor e vai até a terça-feira de carnaval, inclusive. Interrompido pelo ciclo pascal. Recomeça na segunda-feira depois de pentecostes e termina no sábado anterior ao 1º domingo do advento.


Sentido

O domingo é a páscoa de cada semana, dia da reunião da comunidade para escutar a Palavra e fazer a Ceia em memória da morte e ressurreição de Jesus. Os primeiros domingos do tempo comum são marcados por um clima de manifestação do Senhor, da sua missão no mundo e do chamado dos discípulos. A atitude destes domingos é sugerida pela voz do Espírito que desceu sobre Jesus nas águas do Jordão: “Tu és meu Filho amado, o meu predileto”! Contemplamos Jesus como o iniciador do reino. Além do domingo, como festa semanal, celebram-se nesta primeira parte as festas da Apresentação do Senhor e a festa da Conversão do apóstolo Paulo.


Símbolos

O gesto simbólico que caracteriza o domingo como dia memorial da páscoa é sempre a reunião da comunidade em torno das Mesas da Palavra e da Eucaristia. O evangelho de cada celebração às vezes inspira um símbolo ou gesto simbólico que marca um determinado domingo. Para ressaltar a dimensão pascal do domingo, está previsto oração e aspersão da água (no lugar do ato penitencial). Há ainda as músicas que expressam o sentido de cada domingo.


O Tempo Comum ocupa a maior parte do ano litúrgico. O fato de ser denominado “Tempo Comum” não significa que seja menos importante. Antes mesmo de se organizarem as festas anuais (Natal e Páscoa), com seus tempos de preparação e prolongamento, o Tempo Comum foi à primeira realidade na vivência do Mistério Pascal.


Na experiência das primeiras comunidades existia apenas a sucessão de domingos e semanas, ao longo do ano, tendo o domingo como dia maior, que congregava os irmãos e irmãs em torno da Palavra da Eucaristia. Quando, mais tarde, foram organizados o ciclo da Páscoa e o do Natal, foi para celebrar com mais intensidade, num tempo determinado, o que já fazia parte do cotidiano das comunidades.


O Tempo Comum nos reconcilia com o normal e nos ajuda a descobrir o dia-a-dia como tempo de salvação, segundo a promessa do ressuscitado: ”Estarei com vocês todos os dias”. O Senhor se revela a nós nos acontecimentos do dia-a-dia, em nossas vivências e cansaços, na convivência, no trabalho... No interior de cada dia, damos prova de nossa fidelidade. É o esforço de buscar, no cotidiano da vida, o mistério do Senhor acontecendo entre experiências de morte e ressurreição.


No Tempo Comum, celebramos, portanto, o mistério de Cristo em sua totalidade (Encarnação, Vida, Morte, Ressurreição e Ascensão) e não um ou outro aspecto do mistério. É o que o distingue dos demais tempos. A tônica recai sobre o evangelho de cada domingo. Aí temos a espiritualidade a ser vivida durante a semana. A vida cotidiana é lida à luz do mistério do Senhor. Nesse longo período do ano litúrgico, devemos prestar especial atenção ao lecionário, tanto dominical como semanal.


É a tarefa cotidiana de trazer a Páscoa para nossa vida. A partir da vida do Senhor, aprendemos dele o que significa e implica ser discípulo. Em companhia dos discípulos que deixaram tudo para seguir o Mestre, junto com todo o povo de Deus, esse povo que coloca em Jesus suas esperanças, acompanhamos o Mestre na sua caminhada missionária. Em cada um dos acontecimentos que ocorrem no caminho, Deus vai revelando o mistério de Jesus e nós vamos sendo convidados a aderir mais profundamente e com mais amor, a Sua pessoa e a Sua causa.


Nos acontecimentos cotidianos da vida e da caminhada de Jesus, vamos percebendo o mistério maior que está presente também em nossa vida, tanto nos acontecimentos extraordinários como também naqueles que nos parecem banais e rotineiros. Em todos eles, é Deus que está presente, é Deus que nos chama, nos fala, nos toca, nos convida ao seguimento de Jesus, nos envia como testemunhas das realidades em que vivemos Cada domingo é, assim. Uma visita de Deus para nos renovar, para libertar o seu povo, para nos unir mais a Ele e entre nós. Como sempre, Ele tudo pode, mas preferiu contar com a nossa participação.

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