A Igreja com que sonhamos
O grande sinal de salvação do mundo é a Igreja, que brotou do sangue de Cristo. Ela, mãe de um povo santo e pecador, apresenta-se com o rosto divino de Cristo, seu esposo. E também com os traços imperfeitos de seus filhos e filhas.
Nós a proclamamos una, santa, católica e apostólica. Isto é, unida, sem defeito, aberta a todos e fundamentada sobre os alicerces da fé transmitida pelos próprios apóstolos. Por isso, sonhamos com uma igreja que se mantenha sempre firme na palavra de Deus. A fim de que, na hora em que soprarem as ventanias da calúnia, da perseguição e do poder das trevas, ela não acabe ruindo, à semelhança das muralhas de Jericó.
Sonhamos com uma Igreja em que Cristo jamais se torne presença remota, estranha ou até ignorada. E sim presença concreta, percebida por todos, cada vez mais procurada e amada.
Sonhamos com uma Igreja em que todos se reconheçam e se amem como irmãs e irmãos. Onde não haja quem chore pela dureza do coração de alguns e quem se alegre enquanto outros estiverem chorando.
Sonhamos com uma Igreja em que não haja marginalizados, privilegiados, primeiros e últimos, mas em que todos se sintam iguais, no mais puro clima evangélico. E se privilegiados houver, que sejam os pequeninos e os desprotegidos.
Sonhamos com uma Igreja em que ninguém tenha de lamentar a falta de acolhida, de ajuda e de perdão. Mas em que todos se preocupem, a fim de que seja repartido com amor o pão do corpo, assim como é repartido o pão da fé.
Se essa Igreja tão amada ainda mostra alguma ruga, a culpa é nossa: suas imperfeições são as nossas imperfeições. Mas não deixemos de sonhar com uma Igreja perfeita, pois não seria a primeira vez que os sonhos mais ousados se tornariam realidade.
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