Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos
Bispo de Campos
Neste domingo, 20 de julho a humanidade
celebra o dia internacional do amigo. Foi uma feliz percepção do dentista
argentino Enrique Febbraro, que associou esta data a chegada do homem à lua em
1969, para ele este evento significava a gestação de um mundo sem fronteiras,
com a fraternidade universal, dos povos, raças, etnias e culturas.
A comemoração foi rapidamente adaptada
em Buenos Aires, pelo decreto nº 235/79, passando de imediato a ser festejada
em outras regiões do mundo inteiro, valendo para este nobre riopratense a
indicação por duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz. Embora estamos longe desta
civilização planetária convergente para a unidade e a paz, devemos reconhecer
que a amizade pessoal e entre os povos éo caminho,sem dúvida, para nos tornar
uma só família sem guerras e ódios. A amizade de vera sé a experiência humana
que mais nos eleva, nos fazendo crescer em compreensão, empatia, reciprocidade,
entrega e confiança mútua. Aproxima-nos do amor-ágape, da comunhão e
compartilhamento pleno de valores e vidas. Hoje, o mundo se tornou uma aldeia
global e as redes sociais estão bombando e conseguindo cada vez mais aderentes.
No entanto apesar desta cultura midiática e selfie, que adora postar tudo o que
se faz, e tornar a nossa pessoa um ator permanentemente exposto e exibido na
rede, a verdade que temos apenas amigos virtuais. A Internet torna-se muitas
vezes um diálogo de surdos, ou melhor, um monólogo de indivíduos autocentrados,
de egos que precisam ser reconhecidos e visibilizados. Por isso o Papa
Francisco insiste tanto na cultura do encontro, que é o espaço para as amizades
verdadeiras, aquelas que nos transformam e nos ajudam a viver. A amizade nos
educa para ser e conviver, para acolher a pessoa no seu mistério, e para nos
regozijar com a presença de um amigo, que sempre será para nós o mais valioso
dom a cultivar e guardar com a maior veneração. O cristianismo que revela a
presença de um Deus humanizado e encarnado, afirma claramente que não há maior
amor que daquele que dá a vida por seus amigos, e Nosso Senhor para confirmar a
importância decisiva desta experiência para os seus seguidores disse: "Já não
vos chamo de servos, mas de amigos, (Jo. 15,15)".Que possamos ter muitos
amigos, valorizá-los e honrá-los, e que sejamos sempre fieis ao nosso melhor
amigo, Jesus Cristo, que deu a vida para nos salvar e para nos tornar um povo
irmão e amigo.
Deus seja louvado!
Fonte: www.cnbb.org.br/artigos-dos-bispos
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