Foi divulgada no
último dia10, a carta do 13º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base
(CEBs) ao papa Francisco, na qual os romeiros agradecem a mensagem enviada pelo
pontífice, por ocasião do evento. “Sua carta nos chegou como uma luz a iluminar
o caminho, reacendendo em nós a esperança numa Igreja, Povo de Deus”, afirmam.
Os romeiros também
manifestam gratidão a Francisco “por fazer do ministério papal uma profecia
contra a economia da exclusão, que hoje domina o mundo e defender os migrantes
e clandestinos pobres da África e de outros continentes”.
Segue, na íntegra, a
carta enviada ao papa Francisco.
CARTA DO 13º INTERECLESIAL DAS CEBs AO
PAPA FRANCISCO
Querido irmão, bispo
de Roma e pastor primaz da unidade, Papa Francisco,
Nós, cristãos e
cristãs, leigos das comunidades eclesiais de base, agentes de pastoral, religiosos/as, diáconos, padres e bispos, assim como irmãos de Igrejas
evangélicas e de outras tradições religiosas.
Também tivemos conosco nesse encontro representantes de povos indígenas, quilombolas e ainda irmãos e irmãs, vindos de outros países da América Latina e Caribe, assim como de outros continentes. Todos nós que participamos do 13º Encontro intereclesial das comunidades eclesiais de base queremos expressar ao senhor nosso agradecimento pela bela e profunda carta que nos enviou e foi lida no início desse encontro. Sua carta nos chegou como uma luz a iluminar o caminho, reacendendo em nós a esperança numa Igreja, Povo de Deus.
Também tivemos conosco nesse encontro representantes de povos indígenas, quilombolas e ainda irmãos e irmãs, vindos de outros países da América Latina e Caribe, assim como de outros continentes. Todos nós que participamos do 13º Encontro intereclesial das comunidades eclesiais de base queremos expressar ao senhor nosso agradecimento pela bela e profunda carta que nos enviou e foi lida no início desse encontro. Sua carta nos chegou como uma luz a iluminar o caminho, reacendendo em nós a esperança numa Igreja, Povo de Deus.
Aproveitamos a
oportunidade para nos unir ao seu esforço por renovar as Igrejas da comunhão
católico-romana, de acordo com a teologia e a espiritualidade do Concílio
Vaticano II, relidas e atualizadas pelas necessidades do mundo atual e pela
urgência de que nós, cristãos, escutemos “o que o Espírito diz hoje às Igrejas”
(Cf. Ap 2, 7).
Percebemos que a
maioria da humanidade acolhe com gratidão o seu testemunho de homem de profunda
simplicidade e que se revela discípulo de Jesus na linha do evangelho. Nós lhe
agradecemos por fazer do ministério papal uma profecia contra a economia de exclusão,
que hoje domina o mundo e defender os migrantes e clandestinos pobres da África
e de outros continentes. Igualmente lhe agradecemos por reconhecer o papel da
mulher na caminhada eclesial e esperamos que essa reflexão seja aprofundada.
Aqui em Juazeiro do
Norte - CE, diocese de Crato, as comunidades eclesiais de base reafirmam sua
vocação, no jeito de ser Igreja das primeiras comunidades e também no espírito
das missões populares e das casas de caridade do Padre Ibiapina, do padre
Cícero Romão Batista, do leigo José Lourenço, assim como de tantas mulheres
santas como Maria Araújo, irmãos e irmãs que nos precederam nesse caminho de
sermos Igreja dos pobres e com os pobres, cebs romeiras do campo e da cidade,
na comunhão com a Mãe Terra e toda a natureza. Aqui, acolhemos e nos
solidarizamos com os povos indígenas, ameaçados no seu direito à posse de suas
terras ancestrais e todos os dias vítimas de violência e até de assassinato.
Também nos impressionou o relato de extermínio de jovens pobres e negros, em várias
regiões do nosso país. E nos solidarizamos com a luta e resistência dos
quilombolas e do povo lavrador, ameaçados pelos grandes projetos do Capitalismo
depredador do ambiente e injusto para com a maioria da humanidade.
Entre suas palavras e
gestos, algo que nos toca muito de perto é o fato do senhor se apresentar como
bispo de Roma e primaz da unidade das Igrejas. Essa atitude básica permitirá
retomar o reconhecimento que o Concílio Vaticano II fez da plena eclesialidade
das Igrejas locais e encontrar a profunda verdade que esse nosso encontro quer
expressar, ao se chamar “intereclesial” de Cebs: um encontro de igrejas locais,
reunidas a partir das comunidades eclesiais de base e desse modo da Igreja ser.
Conte conosco nesse caminho e que Deus o ilumine e o fortaleça sempre.
Despedimo-nos, nos
comprometemos de sempre orar pelo senhor e por todas as suas intenções. Pedimos
sua bênção apostólica e nos colocamos à sua disposição para vivermos juntos a
justiça e a profecia a serviço da vida. Na festa do Batismo de Jesus de 2014.
Fonte e fotografia:Comunicação
Intereclesial das CEBs
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