A Cura do Leproso purificado. Ilustração. |
Jesus é fiel ao projeto do Pai, por
meio do anúncio do evangelho do reino e da realização de sinais que manifestam
o amor de Deus. Assim, ele vence as forças da morte e quer reunir todos os
homens e mulheres como membros participantes da comunidade da vida nova, a
Igreja. Tomando o partido dos fracos, oprimidos e marginalizados, Jesus opôs-se
aos mecanismos de exclusão presentes nos mais diversos âmbitos da vida social,
como a política, a cultura e a religião. Como narra o evangelho, ele atua na
contramão do modo de ver e agir da sociedade de seu tempo ao posicionar-se sem
preconceito diante da doença e dos doentes, manifestando, dessa forma, a
compaixão do Pai para com os pequeninos.
De fato, na época de Jesus, a
doença de pele era concebida como castigo de Deus ao pecador. O doente era
discriminado, não podia se apresentar em público nem conviver com as pessoas
consideradas saudáveis. É o caso do homem de cuja doença o evangelho de hoje
nos fala.
A boa-nova convida-nos a
contemplar o amor misericordioso, a compaixão e a ternura que Jesus manifestava
quando encontrava os doentes. Ele se solidariza com os rejeitados e sofredores
e liberta-os, proporcionando-lhes cura e reintegração na comunidade. Jesus
ensinava a solidariedade com gestos concretos, não apenas com palavras ou
discursos abstratos.
Hoje em dia, há muitas
atitudes e comportamentos que deixam as pessoas às margens da sociedade, tais
como o egoísmo, a falta de amor e de sensibilidade para com os irmãos e irmãs e
tantas formas de injustiça no contexto econômico e social.
Nós, que cremos em Jesus,
somos convidados a seguir os seus passos. Conforme o Documento de Aparecida, “de nossa fé em Cristo nasce também à
solidariedade como atitude permanente de encontro, irmandade e serviço. Ela (a
fé) há de se manifestar em opções e gestos visíveis, principalmente na defesa
da vida e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos”.
A atitude de Jesus quer nos
mostrar que a misericórdia de Deus é para todos, não deixando ninguém à margem
da vida. Todos estão convidados a participar da vida em comunidade. Quais
oportunidades nossa comunidade oferece como meios de reintegração aos que são
marginalizados pelos mais diferentes motivos?
Pe. Gilbert Mika Alemick,
ssp
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