Artigo originalmente publicado na Revista Sal e Luz, da Paróquia São João Evangelista e São João Batista, do bairro Parque Piauí, nesta Capital.
Paulo Victor Moreira é advogado e nosso coordenador paroquial da Pastoral da Catequese.
João, cristão autêntico, assíduo frequentador das missas, grupos de jovens, e agente de pastoral, deixou de alcançar um grande sonho, mesmo com intensas orações. O jovem sonhava em ir para fora do Brasil, contudo, com o mundo de ponta cabeça, resolveu deixar de acreditar naquilo que sempre o instigou a ir além – sua fé em Deus.
Eis, nesse exemplo, a grande chave para manutenção da fé. Em outras palavras, para que eu promova a minha fé em algo ou alguma coisa, o primeiro grande desafio é aceitar o não palpável, digo, o não visto a “olho nu” - é que tudo se torna mais difícil quando não tocamos. O segundo grande desafio é a aceitação, digo, quando não conquistamos algo que tanto buscamos, mesmo em constante oração, deixamos, em consequência abrupta, de crer. É, neste sentido, quando nossa fé é testada.
Ora, como pode João, cristão, assíduo frequentador das santas missas, afinco em suas orações diárias, coordenador paroquial de catequese, deixar de acreditar em algo que tanto o conduziu a pastos verdejantes, a sensações humanamente inexplicáveis, ao amor dado dia após dia e a todos os sonhos já conquistados, só por ter um pedido realizado de forma diferente daquela que pediu? A resposta está em outra pergunta: você realmente tem fé?
Para tanto, é nos dada a oportunidade de estar em contato direto, no caso de João, com seu Criador. Com aquele que ele tanto se emocionou nas adorações dominicais, com a comunhão da santa missa, com o encontro de jovens que tratou sobre temas relevantes e quando dentro da sua pastoral conseguiu evangelizar.
Quando fazemos a reflexão de tudo aquilo que já vivemos com nosso Senhor, relembramos o quão é gratificante estar em contato com nossa fé, que pareceu estar morna, apagada, quase que se esvaindo. É hora, meus irmãos, de dentro da nossa pequenez, olhar para dentro de si e responder que Cristo habita em nós – seja em um sorriso da sua mãe, em um gesto de ajuda com o irmão do sinal, em um abraço fraterno entre as pessoas ou em um simples convite de rezar mais um terço juntos.
Devemos, dia após dia, reconhecer o quanto somos pequenos e frágeis, só assim Deus nos mostrará sempre que nossa fé é testada e que Ele nunca deixou de nos acolher e olhar por nós, ainda que não reconheçamos isto.
Portanto, a grande chave na experiência de João foi fazer a reflexão dia após dia sobre: onde está minha fé? Se a resposta demorar a aparecer ou estiver em algo que foge da esfera espiritual ou do próprio Cristo Salvador, é hora de reavaliarmos e, em meio a tanta dúvida, rezar mais um terço, participar de mais uma comunhão, fazer mais uma leitura de um livro de cabeceira sobre espiritualidade, afinal, Jesus sempre te espera.
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